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Alguns conselhos para quem pretende
começar a estudar Astrologia

Nem todos nascemos com aptidão para ser astrólogos ou astrólogas. Contudo, a maior parte
de nós pode iniciar uma abordagem aos princípios da Astrologia e seus métodos de interpretação. Para ajudá-la/o nessa tentativa vou proporciona-lhe algumas bases de referência que estou
certo poderão vir a ser um estímulo para o aperfeiçoamento do seu auto-conhecimento.

A Astrologia remonta, presume-se, à época da antiga Caldeia, Egipto e à Índia. E longe vão os tempos em que os seres humanos, em sua maioria, viviam em condições bastante restritas, organizados em culturas tribais subjugadas por um ambiente geográfico bastante limitado, em que a abordagem aos mistérios do Universo era essencialmente ritualista. Mas na medida em que a humanidade vai progredindo em faculdades, e encontrando sentido na relação recíproca entre si e o Cosmos, vão-se estabelecendo novas formas e conteúdos, em consciência, que lhe permitiram gradualmente estabelecer novos pontos de relação face às suas buscas, para melhor se encaixarem em termos de crenças e organização social, por muito simples ou mais complexa que ela fosse. No entanto e por questões de sobrevivência, cada indivíduo continuava envolvido num todo orgânico no qual se movimentava como “peixe em cardume”, e as questões de identidade pessoal eram expressas através do núcleo tribal e familiar, de acordo com os conceitos de família da época. Hoje
as referências mudaram, mas de algum modo muitas pessoas continuam a procurar uma âncora fora de si mesmos, algo que lhes possa trazer um sentimento de estabilidade. E assim agarram-se a uma instituição, clube ou associação, a uma religião ou qualquer
tipo de crença, qualquer coisa onde se possam encostar, na expectativa de que o "objecto" da sua

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escolha seja algo constante e inalterável, e lhes devolva um permanente senso de segurança. Mas
o ambiente à volta do pequeno universo humano nunca foi, nem será, algo assim tão garantido. A vida é feita de mudanças, e estas é que são constantes. Perante a total impermanência do "objecto externo" para se agarrar, mais os inevitáveis ajustamentos e reajustamentos, as ferramentas intermediárias na relação entre si e o ambiente foram na antiguidade e são hoje, um permanente desafio à criatividade e abertura de espírito de qualquer alma por este mundo. E na procura de respostas às constantes necessidades em mutação, assim vai o mundo aos tropeções e desilusões, na eterna busca do que lhe está sempre a escapar. Mas chegaram os tempos em que a procura de respostas, embora necessite de um estímulo exterior através do conhecimento e outras práticas, porém o ser humano terá de se convencer que o caminho está no seu interno pessoal e não fora de si mesmo. E qual será a "chave certa" para lá entrar? Entre muitas outras formas, o conhecimento astrológico é apenas um método para se tentar "tocar" a Ordem Cósmica. Desta maneira, face às necessidades internas dos povos antigos e dos modernos, as crenças e rituais, as religiões e filosofias, assim como toda a linguagem simbólica e astrologias, todo este leque de escolhas faz parte da procura do caminho para chegar a "Deus", ou a na pura da verdade, a si mesmo. Perante estas voltas e reviravoltas, num contexto mais recente surge uma Astrologia Humanista, que contempla focalizar o ser humano integrando-o como uma parcela de um Todo Universal, proporcionando-lhe os meios para que possa tomar consciência da dinâmica das memórias e conteúdos do seu inconsciente individual, em ordem a conseguir harmonizar-se o melhor que poder consigo mesmo e os outros seus semelhantes. Em suma, a viver em paz com as suas Origens Cósmicas, e ganhe uma noção mais ampla do que possa ser a “Fonte Original”, da Qual, ele, ser humano, é uma centelha integrante. Posto isto, surge a velha e clássica questão: "O que é que tem para nos dizer o tão misterioso mapa astrológico, ou mapa astral como alguns lhe chamam, e como o podemos interpretar? Como pretendo ajudá-la/o, apenas como dicas simples de início do caminho, seguir-se-ão algumas indicações básicas. ■

Saramago, Outubro 2022

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