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Ter mediunidade é um dom?

Quando alguém é capaz de contactar ou capta mensagens que lhe chegam do "outro lado",
isso é um dom digno de admiração?  E quais serão os mecanismos com que a pessoa tenha nascido que lhe permitem ter acesso a esse tipo de comunicação com o mundo invisível?

Os textos apresentados nas páginas deste site têm como objectivo a partilha de informação ligada à Astrologia Humanista e à Espiritualidade. Sendo o delicado tema da mediunidade um assunto que desperta a curiosidade de certas pessoas, mas que também causa muita apreensão
e calafrios a muitas outras, num breve texto tentarei fazer
a ligação de certos detalhes astrológicos associados
à estrutura dos mundos da espiritualidade.

Em primeiro lugar o ter-se nascido com fortes características mediúnicas não é um dom. Pelo contrário, é muitas vezes
um fardo carregado por alguém, que tendo nascido com
a espontaneidade da comunicação com o mundo invisível, não sabe como lidar com a informação que lhe possa chegar, e muito menos com o que possa apresentar-se à frente dos seus olhos sem o poder evitar. Costuma dizer-se que quem assim nasce tráz a herança de seus ancestrais, porque no passado da família terá havido uma avó ou avô, tio ou tia, alguém que já carregava essa característica.
Ou na presente vida a sua própria mãe ou pai, irmã ou irmão, um deles ou mesmo todos são mediúnicos em pequeno ou alto grau. E se assim for como é que se vai lidar com isto? Já que costumo usar a linguagem astrológica, então vou dar alguns exemplos que possam ajudar a entender o porquê de alguém ter nascido com as "antenas sintonizadas para os mundos espirituais", não significando que esteja em comunicação com a "alta espiritualidade". Acontece que muitas vezes as pessoas lidam, isto é, são literalmente assaltadas por forças do "baixo astral",
que as deixam perturbadas e com a energia anímica e física seriamente debilitadas.

Simplificando para melhor e mais rápida compreensão, vamos usar a simbologia dos 4 Elementos - Fogo, Ar, Água
e Terra, atributos com os quais podemos comunicar em quatro níveis diferentes. Pelo Elemento Fogo recebemos inspirações e intuições. Pelo Elemento Ar temos percepções pela via mental. Pelo Elemento Água somos sensíveis às energias psíquicas que podem ser de alta ou baixa vibração. E pelos sensores do Elemento Terra reagimos ao toque
e às vibrações do ambiente mais próximo de nós. Estas são quatro maneiras de comunicar e receber comunicação.
Mas nos mundos 3D e 4D com os quais estamos permanentemente em estreita ligação, impera o "reino
da sensibilidade psíquica" que se manifesta em três níveis:

1 - SENSIBILIDADE EMOCIONAL

A pessoa é vulnerável e sensível às suas próprias emoções
e às dos outros, deixando-se inconscientemente muitas vezes arrastar para estados internos que não são seus. Absorve os ambientes por vezes permitindo o enfraquecimento dos escudos protectores da sua aura.

2 - SENSIBILIDADE PSÍQUICA

A pessoa é sensível e percepciona as correntes do inconsciente alheio, penetrando em profundidade no seu lado oculto, podendo tornar-se num instrumento de cura
ou ser uma vítima das influências da baixa vibração de certa actividade psíquica dos outros.

3 - SENSIBILIDADE ESPIRITUAL

A pessoa é receptiva às vibrações mais subtis captando frequências que lhe permitem ter “insights” e entrar em sintonia com o sofrimento alheio. Mas isto não significa que seja capaz de fazer algo de positivo e construtivo com este tipo de sensibilidade. Demasiada empatia com o sofrimento alheio normalmente deixa a pessoa desprovida da necessária capacidade de distanciamento, atributo necessário para que possa encontrar em si mesma a força que lhe permita fazer algo prático e de utilidade. Está também sujeita às ondas do inconsciente colectivo.

Assim, ser-se sensível parece ser um louvável atributo, mas este tráz consigo armadilhas que podem colocar as pessoas em sérias dificuldades para separarem o seu pessoal universo interno do alheio.

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Com os avançados conhecimentos que já dispomos acerca dos mundos invisíveis, sabemos que ninguém consegue evitar as influências do astral. O que podemos tentar evitar ou minimizar são as influências de baixa vibração. E exposto desta maneira parece que essas influências vêm apenas em termos gerais desses mundos supra físicos aparentemente distantes. Não. Essas influências vêm também da multidão com que se envolve quando está num espectáculo de harmonia ou histeria colectiva, do grupo de pessoas com quem trabalha, dos vizinhos do prédio onde vive, dos filhos e da pessoa com quem se deita todos os dias, e até do transeunte com que se cruza ao circular pelo passeio da rua, com o qual pode ou não estabelecer contacto visual. Porque se fizer o contacto visual a troca de energias positivas ou negativas será mais forte. Sendo assim é caso para dizer
que vivemos num mundo hostil em "guerra energética" constante. De um modo mais natural podemos interpretar "guerra energética" constante por dualidade. E este é
o Universo (versus ainda não Uno) em que vivemos.

ALGUNS EXEMPLOS DETECTÁVEIS NO MAPA
DE NASCIMENTO DE ALGUÉM COM MEDIUNIDADE

O acesso à base de dados das memórias e às correntes psíquicas é mais apurado se o planeta Mercúrio estiver situado em signos do Elemento Água (Caranguejo, Escorpião e Peixes), e mais forte ainda será, embora em diferentes níveis e registo, se este estiver em relação angular com os planetas Plutão, Neptuno, Urano ou Júpiter. Como significador da actividade mental humana, através das vibrações de Mercúrio procuramos reconhecer e entender
o espaço visível à nossa volta, mas também estabelecemos ligações automáticas com o espaço invisível. E em relação
à posição da Lua no mapa de nascimento? Como gosto
de brincar com as palavras, quando se trata de alguém ter
as "antenas abertas" às correntes psíquicas, através das vibrações lunares a pessoa está equipada para praticar
a "pesca de arrasto". No psiquismo humano a Lua simboliza a permanente ligação à flutuação das ondas emocionais,
à constante conexão e captação sensitiva dos ambientes. Pessoas com a Lua posicionada no signo de Caranguejo, Escorpião ou Peixes estão sempre sujeitas às enxurradas
das águas emocionais suas e alheias.

 

E aqui podemos colocar aquela velha pergunta que sempre surge nas aulas de Astrologia: "isto é bom ou é mau?" Depende. Diz-se que a emoção tempera o pensamento. Desprovidos de sensibilidade seríamos umas frias máquinas implacáveis executando tarefas sem medir as consequências. Aliás, permitam-me que aqui escreva, que o sistema sob
o qual vivemos bem se tem esforçado para nos tornar em máquinas amorfas, tentando transformar o mundo numa "zombilândia". Mas não. Nós, humanos, não nos iremos deixar cair nesse registo. Mas depende de nós mesmos,
do grau de consciência de cada um, e da capacidade natural ou desenvolvida de aprender a lidar com a estreita ligação das correntes psíquicas com as mentais. Porque estas duas correntes estão intimamente ligadas. Mas o que está no comando é o aspecto mental, que automaticamente coloca em marcha a parte psíquica emocional, dando assim ordens automáticas ao corpo físico... para bem ou para mal. Em relação às combinações astrológicas como canais abertos
às correntes psíquicas, os exemplos dados, em cima,
são apenas uns escassos exemplos. Há muitos mais. ■

Saramago, Outubro 2022

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